terça-feira, 30 de setembro de 2008

Primavera?

Vê se muito por aí, desde que institui-se as 4 estações (e até antes delas serem nomeadas) que a primavera é quando o mundo começa a acordar. As flores delicadamente começam a brotar, os animais vão nascendo, saindo das suas tocas, o verde volta a tomar conta das árvores, a vida surge forte em todos os cantos. E claro, o início da vida é o amor, são os romances, os casais se formando para dar continuidade às suas espécies.

Na vida moderna o "sair da toca" e encurtar as roupas, bermudas e camisetas para os caras, saias, blusinhas e sandálias para as meninas. O ânimo retoma, a vontade de sair viver a vida, ver o mundo aumenta. As possibilidades de diverção também. Pode-se ir passear num parque e não só ficar embaixo das cobertas. Têm-se o mundo nas mãos, um mundo de possibilidades, de coisas novas.

Sou contra essa coisa de ano-novo no dia 01/01. Eu acho que deveria ser ou no dia do aniversário de cada um (sim, começa um novo ano individual!) ou então no dia 23/09, no ínicio da primavera, no início da vida! Mas eu não mando nada, né?

Aí fico pensando como as coisas estão erradas. Quase outubro e faz 10ºC aqui em Curitiba. Todo mundo ainda com suas roupas escuras, sem graça, todos ainda com as caras fechadas com o típico mau-humor que abraça as pessoas nesses dias cinzas, gélidos.

Mas isso não me impede de sonhar. Gosto da primavera, meu lado romântico sonha com flores, beijos, paixonites... Aahh as oportunidades... Tomara que a vida floresca para todos!! =)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Os EUA e meu rico dinheirinho


No fim do ano passado meu pai venceu uma luta de 3 anos contra a minha pessoa. Eu me recusava a aplicar uma porcentagem das minhas pequenas economias na Bolsa de Valores e ele insistia que eu tinha que diversificar, que era uma ótima opção para longo prazo, essa balela toda.

Pois bem, pensei e repensei e cheguei a conclusão que tudo bem, uns míseros contos de réis aplicados na Petrobrás e na Vale para ter retorno em 10 anos (esse é o meu longo prazo, quase eterno prazo) não me fariam mal. Desde que o ano virou eu mais perdi do que ganhei. E agora pra culminar vem essa crise nos EUA!! Daqui a pouco vou estar devendo pra Vale e pra Petrobrás.... Além disso, o dólar subindo feito louco vai deixar meu novo notebook caro de mais (só reza brava pra taxa de câmbio baixar no dia do fechamento da fatura) e o pior de tudo, meu salário ano que vem não vai valer nada...

Lembro quando eu era pequena e minha familia tinha uns amigos americanos e eu achava o máximo que eles "ganhavam em dólar" (assim como eu achava um máximo crianças alemãs (da Alemanha mesmo, não descendentes, ou de qualquer país com língua estranha) que falam alemão haha). Era uma moeda super forte! Aí veio o Real que fez o dolar não valer mais taaaanto assim, não ser mais tãããooo legal assim, principalmente depois de Janeiro de 99 que o preço dele pulou pras alturas.

Nesse meio tempo, nesses 10 anos, surgiu o Euro que vai desbancando cada vez mais a pobre da verdinha... E nesses últimos 10 dias eu vou precisando mais e mais que a pobre da verdinha saia da UTI, se recupere... Sim, estou indo embora, logo, mas não tão logo. E só se o dólar se recuperar poderei receber visitas... E só se eles não quebrarem, só se os preços das coisas e das passagem não forem às alturas é que poderei voltar aqui visitar o pessoal... Aff, triste, medo! Vou me meter no olho do furacão!! Ainda bem que quebrados ou não todo mundo precisa de comida, né?!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Da inconstância do tempo


Só uma observação. Voltei do almoço, trabalhei um monteeee, escrevi o post aí de baixo, trabalhaei mais um monteeeee daí olhei no relógio e já eram 14:55!! Fiquei feliz com o tempo passando rápido.

Tomei um café, resolvi mais uns 2 pepinos, respondi uns emails, li 2 textos em 2 blogs, olho no relógio e são 15:34!! Por que passou tão rápido antes e tão devagar agora??

Pensando nisso lembrei que estamos quase no fim do ano... Tenho que começar minhas compras de natal... Hahaha

Tá, tá, vou voltar a trabalhar agora... Mas um dia entendo a dinâmica do tempo, por que ele engana tanto... Certeza que tem um duende que fica zoando com os relógios das pessoas, ninguém me engana!!

Blindness

Dia desses, essa semana (minha precária memória não me permite lembrar o dia certo...) fiu ver "Ensaio sobre a Cegueira" (ou Blindness para os americanizados).

(pra quem não sabe, é o filme do livro "Ensaio sobre a Cegueira" do Saramago, excelente escritor Português e um excelente livro! A história e a maneira de escrever me cativaram... Excelente!!!!)

Menos frustante do que eu havia imaginado mas ainda não chega aos pés do livro. Conta a história, mas tira toda a profundidade, todo o "peso" do livro. Tem uma cena que lendo eu quase vomitei (pois é, são poucos, mas alguns livros me fazem viver realmente a cena e sentir as coisas) e que fiquei mais "argh" de antecipação, quando a fatídica cena acontece no filme não é tão grave, nem tão "séria".

O filme, amenizado, tirou todo o questionamento que fica depois. Quando eu li o livro passei dias discutindo com amigos que tinham lido também sobre a natureza humana, o resultado, os porquês. Saí do filme pensando se ia tomar um café ou comer no mc...

Aí eu me questiono, é realmente melhor ler o livro antes de ver os filmes como eu pensava? Ou vale mais a pena curtir o filme e ler os livros depois? Claro, minha cultura e meu lado "tradicionalista" diz que o simples fato de eu cogitar isso já é absurdamente ridículo! Mas o meu lado mais pragmático me  diz que filme é para divertir, para nos tirar da realidade um pouco, trazer coisas diferentes. E todas as vezes que vou ver um filme baseado num livro que eu li sinto que estou rasgando $$ e perdendo tempo. Agora, se eu visse o filme antes, me divertiria, acharia bom. Mas daí o livro perderia a graça, certo? A imaginação, os detalhes, não seriam da minha cabeça, e sim do diretor do filme!

Ah, não gostei disso, quero as minhas idéias! Acho que vou é abolir os filmes baseados em livros que eu gostei! Harry Potter em carne e osso nunca mais!!! Hahaha =P

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Insultos

Antes de começar o texto quero deixar claro que eu leio de tudo. Toda manhã abro no mínimo 2 páginas de jornais/notícias. E em uma delas eu dou uma fuçada nas fofocas (ninguém é de ferro).

Mas últimamente tenho me irritado de mais com o insulto à inteligencia da humanidade.

Hoje por exemplo tinha uma reportagem chamada da capa dizendo: "Karina Bacchi janta com novo namorado no Rio". Ah, vá! Não diga que pessoas que namoram jantam?? Vá dizer que teve alguém que foi jantar com amigos também??? Aahhh não pode... Que absurdo!! Hahaha

Fala sério, né, gente, não preciso saber disso. Que diferença vai fazer na minha vida?? Gosto de ver as fotos, ver as roupas, as novas modas e as histórias engraçadas. Mas não preciso saber detalhes do dia a dia das pessoas. É tão monótono e rotineiro quanto o de qualquer pessoa. Mas a maneira como é divulgado faz as pessoas não famosas sonharem com um mundo de glamour e tal que não é tão legal e tão "uhuul" e diferente assim. Tem tpms, jantares simples com amigos, compras de mercado, idas ao banheiro!!! E não precisa mostrar tudo isso.

Alguém pode me dar fofocas melhores?? Hahaha

PS, nada a ver com o assunto.: Fico muito feliz com alguns comentários que tenho recebido aqui!! Não divulgo o blog, tenho meus "favoritos" ali do lado que eu leio sempreee, e fico muito feliz mesmo vendo pessoas chegando aqui sem eu ter feito propaganda!! Haha =) Normalmente eu posto por email, por que o acesso é bloqueado aqui... Bem como os comentários são bloqueados, por isso não respondo os recadinhos nem comento nos blogs de vocês... Só consigo ler os blogs (pelo menos!!)... Anyway, obrigada!! =) hehe

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Nota de falecimento

Feriadinho repleto de decisões muito, extremamente difíceis.

Quem sou eu para decidir se alguém vive ou morre? Quem sou eu para "brincar de Deus"? Peso na consciência... Racionalmente eu saiba que era o melhor, que ele morreria de qualquer maneira durante a noite ou nos próximos poucos dias de dor ou desidratação. Mas não ameniza a minha dor saber disso.

15 anos atrás, lembro muito bem de irmos no Honjo num domingo de manhã onde tinha uma feira semanal de animaizinhos para venda e/ou doação. Lembro de rodar a quadra toda (o que para mim, uma pequena criança de 10 aninhos, parecia o paraíso e enooorme) e bater de cara com ele. Amei já de cara. Mas olhamos todos os outros vendo se era realmente esse. Não adiantou, voltamos, peguei no colo aquela coisinha pretinha com a barriguinha branquinha e um pinguinho de tinta branca escorrida no pescoço. Levamos para casa.

Quando ele cresceu era uma figurinha, "atacava" (cheirando incovenientemente) as moças que estavam "naqueles dias", sentava com as patinhas cruzadas (bem meigo), caçava ratos e passarinhos e na hora do almoço batia o focinho na coxa das pessoas sentadas à mesa pedindo comida. Aos poucos fomos descobrindo outras habilidades como compania em dias tristes (sim, quantas vezes na minha adolescência chorosa ele não se sentou ao meu lado e tentou lamber minhas lágrimas), limpar o chão da comida que caia, latir pro vento que passava na rua, correr em circulos disparados no quintal. Sua carinha triste com as orelhas caídas faziam todos que nos visitavam pelo menos passarem a mão na cabeça dele. Não gostava que o pegassem no colo (até hoje digo que é culpa do meu pai e do meu irmão que ficavam jogando ele quando ele era pequeno), só eu e minha mãe que conseguíamos realmente apertá-lo e esmagá-lo. Adorava cantar ao som da gaita do meu irmão (tudo bem que era um dos momentos mais irritantes da sua presença em casa, aquela gaita aguda irritante e seu uivado (?) super alto e também extremamente agudo). Ficava bravo, latindo e rosnando quando meu pai passava a unha na porta. Ficava desesperado com bombas e fogos de artifício (uma vez atravessou a cidade, tá, nem tanto, 5 km só, numa noite de ano novo, fugindo de onde tínhamos deixado ele pra ele não se sentir sozinho. Coitada da minha tia, deve ter ficado desesperada com o sumisso dele!) e era muito esperto para andar na rua, sem olhar para os lados, só pelo som sabia se podia ou não atravessar a rua. Era extremamente obediente quando queria e quando já tinha terminado sua voltinha pela quadra.

Depois ele foi ficando velhinho, passava o dia dormindo. Foi perdendo a visão e nos proporcionando cenas engraçadíssimas (como ele atacando a sombra no armário achando que era comida), tombos, olhares perdidos, indecisões. Esqueceu que não podia subir nos quartos em casa e várias vezes aparecia por lá nos visitar. Até que ele começou a cair e escorregar na escada e passar medos ao atravessar a rua. Parou de subir, parou de dar suas voltinhas. Quando ele começou a perder a força nas patinhas trazeiras devido à um "pinçamento" na coluna fomos nos preparando. Já tomava remedinhos faz mais de 1 ano. Toda vez que algum de nós viajava pensava que ia voltar não iria encontrá-lo. Cada vez mais cego, mais surdo, mais sem olfato e eu juro que ele tinha alguma doença que fazia ele esquecer das coisas! Ele andava todo decidido em uma direção, parava, olhava pros lados pensando depois caminhava pra outro lado devagar, olhando pro além. Com certeza ele esquecia onde estava indo, o que estava indo fazer.

Embora ele não fosse mais parte tão presente da familia já que praticametne só dormia e não nos reconhecia direito, ainda era muito amado. Meu pai e meu irmão continuavam provocando ele todos os dias, fazendo ele ficar nervoso, latir, rosnar, atacar. Eu continuava chegando em casa tarde e antes de subir, por mais cansada que estivesse ia ver se ele tava bem e fazia um pouco de carinho. Nos últimos meses ele nem abria o olho quando eu acendia a luz e colocava a mão na cabeçinha dele. Minha mãe continuava brincando com ele, cuidando dele, fazendo carinho.

Nunca me deu tristezas. Foram 15 anos felizes. Não consigo imaginar uma vida sem um cachorrinho. Mesmo que por um tempo você não dê tanta atenção assim para ele. Muitos sorrisos foram liberados do meu rosto olhando pra ele.

Sábado, 06/09, ele caiu com a pata trazeira dentro destes vãos de bueiro de rua. Não enchergou e não sentiu o cheiro do bueiro. Isso prejudicou ainda mais a coluna dele. Passei a noite indo olhar o estado dele de hora em hora. De hora em hora ele piorava. No dia seguinte levei no veterinário 24hrs onde veio a primeira decisão. Ninguém lá de casa queria gastar com o cachorro. Eu decidi que dinheiro não é nada, ele não podia morrer sofrendo desse jeito e internei. No dia seguinte fomos buscá-lo, segunda-feira, feriado em Curitiba. Ele não conseguia ficar em pé direito, chorava muito de dor, nos olhava com um olhar dolorido, de sofrimento, coisa que nunca vi no olho dele. Surgiu também um calombo gigante na barriga dele, de um dos lados. Levamos na Priscila, a veterinária sanguinária (coitada, fazendo o trabalho dela, prezando a qualidade de vida dos bichinhos). Todos lá de casa sabiam que assim que ele começasse a sofrer de mais deveria sofrer eutanásia. Minha mãe disse ok mas ficou em casa. Meu pai estava sem acesso ao celular. Meu irmão e minha cunhada foram junto comigo, mas na hora senti que a pressão estava em mim, que eu deveria dar o ok. Demorei bastante, pesando tudo. A veterinária falou que se fosse dela ela sacrificaria pois não tinha mais qualidade de vida, se arrastaria e sofreria muito. Foi o que me fez tomar a decisão. Chorei muito, muito mesmo. Uma partezinha de mim, da minha vida, da minha história, um companheiro que se vai para sempre. Queria ter ido embora, mas tinha que levar meu irmão depois e os dois quiseram assistir. O pior foi carregar o corpinho no saco preto no porta malas. E ver a cara de feliz do meu primo com a pá na mão para cavar a cova.

Agora ele está no cemitério dos cachorros da familia, junto com outras duas cadelinhas.

Tenho certeza que o Pingo Escorrido S. M. está no céu dos cachorros, correndo pelos campos, comendo ossinhos gostosos, fazendo amiguinhos.

E no meu coração um buraquinho, um vaziozinho.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Lê, o retorno.

A volta. A rotina. A tristeza.

Verdadeiramente: "Where is my mind???"

Cada atitude que eu tenho que fazia parte da rotina "before vacation" é um pedaço da minha mente voltando e uma pontada no meu coração. É um prédio de Praga sendo esquecido e um louco de Amsterdam saindo correndo. É uma praia grega perdendo seu azul, o coração de Berlim se fechando novamente. É o acordar de um sonho.

E acordar deste sonho é muito pior do que acordar numa segunda-feira normal. Um sonho intenso e uma marca profunda, dói para ser removida.

Junto, novas notícias já mudando tudo, prometendo vida nova. Mas estou mesmo preparada? Calma, para tudo!! Para o mundo, deixa eu descer! Deixa eu acordar direito antes de me trazer tantas realidades e mudanças.

Mas não, o mundo não para para você pensar, entender, sentir, acordar. Ele continua, sempre, te empurrando, te puxando, não te fazendo perder a vida.

Embora tudo tenha sido extraordinário, incrível, bizarro, ruim e bom ao mesmo tempo, não é só um sonho, marcou e nunca será esquecido. Sentimentos afloram, consciências acordam. Viajar é isso, viajar é se conhecer, é conhecer o mundo, é conhecer outras pessoas, outras culturas. É alimento, para que o resto do ano passe bem. O grande problema são as primeiras semanas. Até que o corpo e a mente se adaptem, façam a digestão e realmente transformem isso tudo em alimento.

Enquanto isso fica parecendo aqueles almoços de domingo em que você come como se fosse sua última refeição e passa o resto da tarde deitado, esperando o monstro parar de brigar com o seu estômago, sem energia e ânimo para se arrastar. Mas passa, de noite ou no dia seguinte você já está com fome de novo. E a energia fica para te fazer levantar e procurar mais comida.

Por mais batido que seja, sim, a alma e a mente precisam de alimento, e muito alimento, para que não morram e atrofiem. A minha é insaciável!! =)

Mas eu volto. Um dia a mente volta. Até uma nova oportunidade (em duas semanas nesse caso haha) de se alimentar novamente.

With your feet on the air and your head on the ground,

Try this trick and spin it, yeah

Your head will collapse but there's nothing in it,

And you'll ask yourself:

"Where is my mind?"

Way out in the water,

See it swimming?

Where Is My Mind? By Pixies